29 de abril de 2009

Resenha n'A Gazeta do Iguaçu

A Gazeta do Iguaçu, Foz do Iguaçu, quinta-feira, 22 de abril de 2009

Coleção Poesias de Espanha será lançada em Foz


Entre os autores reunidos, figuram nomes diversos como Martim Codax e Federico García Lorca


....Os 70 anos do encerramento da Guerra Civil Espanhola, um dos episódios mais cruéis e de maior impacto do séc. XX, são lembrados neste mês de abril de 2009. Para marcar a efeméride, a editora Hedra lança a coleção Poesias de Espanha: das origens à Guerra Civil, uma antologia poética em quatro volumes que reúne as literaturas galega, espanhola, catalã e basca, todas elas profundamente marcadas pela Guerra Civil Espanhola.

.... Os volumes lançados, intitulados Poesia galega, Poesia espanhola, Poesia catalã e Poesia basca, todos com o subtítulo “das origens à Guerra Civil”, reúnem uma seleção de poemas e autores representativos dos principais períodos históricos de cada literatura, desde suas origens como manifestação literária, a partir do séc. XII, até a Guerra Civil Espanhola, encerrada em 1º de abril de 1939.

.... O corte temporal, além de abarcar as origens da poesia de cada uma das línguas, destaca a importância da Guerra Civil Espanhola para as quatro literaturas, simultaneamente como elemento de ruptura e fator de convergência, na medida em que representa o desaparecimento de toda uma geração de escritores perdida na guerra ou no exílio.

.... Com organização e tradução de Fábio Aristimunho Vargas, a antologia conta ainda com um amplo aparato crítico: uma apresentação geral à coleção seguida dos prefácios específicos para cada língua, notas biobibliográficas dos autores e poemas, um quadro sinótico, fonética sintática e guia comparativo das ortografias portuguesa, galega, castelhana, catalã e basca.

.... Entre os autores reunidos figuram nomes tão diversos como Martim Codax, Rosalía de Castro, Manuel Antonio (Poesia galega), Gonzalo de Berceo, Garcilaso de la Vega, Federico García Lorca (Poesia espanhola), Ausiàs March, Jacint Verdaguer, Bartomeu Rosselló-Pòrcel (Poesia catalã), Bernat Etxepare, José María Iparraguirre, Lauaxeta (Poesia basca), entre vários outros, além de composições e cantigas de origem popular.

.... O livro dedicado à poesia catalã foi premiado pelo Institut Ramon Llull, entidade responsável pela projeção no exterior da língua e da cultura catalãs, com sede em Barcelona, com a concessão de apoio à tradução em 2009.


SOBRE O ORGANIZADOR

.... Fábio Aristimunho Vargas é professor, escritor e advogado. Cursou direito e letras na USP. É mestre em direito internacional pela USP, especialista em direito internacional privado pela Universidad de Salamanca e especialista em estudos bascos pela Fundación Asmoz de Eusko Ikaskuntza e pela Universidad del País Vasco. Traduziu para o português os livros Atlas: Correspondência 2005--2007 [Edicions sèrieAlfa, 2008], do poeta valenciano Joan Navarro e do artista plástico catalão Pere Salinas; La entrañable costumbre [Mantis Editores, 2008], do mexicano Luis Aguilar, entre outros. É co-organizador e tradutor ao castelhano da coletânea de jovens poetas Antologia Vacamarela: português, espanhol e inglês [Edição dos autores, 2007]. Mantém o blogue medianeiro.blogspot.com.


PALESTRA E LANÇAMENTO EM FOZ DO IGUAÇU

.... A coleção Poesias de Espanha: das origens à Guerra Civil será lançada em Foz do Iguaçu durante o Salão Internacional do Livro, no dia 04 de maio, às 19h30. Na ocasião o organizador-tradutor ministrará uma palestra sobre “Os 70 anos da Guerra Civil Espanhola e seu impacto nas literaturas galega, espanhola, catalã e basca”, seguida da leitura de poemas e apresentação de canções e baladas antigas em vídeo. O primeiro lançamento da coleção ocorreu em São Paulo, no dia 03 de abril, na Casa das Rosas, e teve grande repercussão.


APOIO

.... Institut Ramon Llull


SERVIÇO

.... Coleção Poesias de Espanha, em quatro volumes: Poesia galega: das origens à Guerra Civil, Poesia espanhola: das origens à Guerra Civil, Poesia catalã: das origens à Guerra Civil e Poesia basca: das origens à Guerra Civil (São Paulo: Hedra, 2009).

.... Organização e tradução Fábio Aristimunho Vargas

.... · Lançamento: Salão Internacional do Livro Foz do Iguaçu - 2009, dia 04 de maio, a partir das 19h30, Auditório 2

.... · Palestra: Os 70 anos da Guerra Civil Espanhola e seu impacto nas literaturas galega, espanhola, catalã e basca.

.... · Leitura de poemas e apresentação de canções e baladas antigas em vídeo.


chamada na capa do jornal:


24 de abril de 2009

Lançamento de Poesias de Espanha no Salão Internacional do Livro

Vou participar do Salão Internacional do Livro - Foz do Iguaçu 2009. O lançamento da Coleção Poesias de Espanha será no dia 4 de maio, a partir das 19h30, quando darei uma palestra sobre "Os 70 anos da Guerra Civil Espanhola e seu impacto nas literaturas galega, espanhola, catalã e basca".

23 de abril de 2009

Poesia e Guerra Civil: diálogos e intervenções

Fui convidado a participar do evento "Poesia e Guerra Civil: diálogos e intervenções", promovido pelo Instituto Cervantes no Dia Mundial do Livro. Colaborei com o vídeo-poema da postagem anterior.

22 de abril de 2009

VÍDEO-POEMA: "De um trabalhador confiscado na Ponte da Amizade"

Vídeo-poema feito sob encomenda do Instituto Cervantes para o evento "Poesia y Guerra Civil Española: diálogos e intervenciones", realizado no dia 23 de abril de 2009 na sede do IC em São Paulo. A organização do evento propôs a diversos escritores latino-americanos que realizassem um "diálogo" com algum poema da época da Guerra Civil.



De um trabalhador confiscado na Ponte da Amizade


...........A partir do poema “A um trabalhador assassinado”

...........(Langille eraildu bati), do poeta basco Lauaxeta

...........(1905-1937),que morreu fuzilado na Guerra Civil


Como trabalhadores, todos somos

um pouco a cada dia assassinados.

A cada dia um pouco relembrados

que trazemos em nossos cromossomos


o que podíamos ser mas não fomos

por nossa culpa, pois não estudados.

Nessa guerra incivil dos tributados,

nossa bagagem tanta, feito os pomos-


-de-Adão dos travestis, nos denuncia

à distância à polícia aduaneira,

que sabe aliviar toda caçamba


dos excessos. Vivemos na fronteira

de nós mesmos, e somos nós a muamba

que é confiscada um pouco a cada dia.


...........Foz do Iguaçu, abril de 2009



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Comentário sobre o processo criativo


A Guerra Civil Espanhola teve grande impacto sobre quatro literaturas que convivem sobrepostas no território da Espanha. As literaturas galega, espanhola, catalã e basca sofreram igualmente com o desaparecimento de toda uma geração de escritores, perdida na guerra e no exílio.


Decidi homenagear um escritor basco, que escrevia em uma língua praticamente inacessível para além de suas fronteiras linguísticas. A obra do poeta Lauaxeta (1905-1937), que morreu fuzilado na Guerra Civil, causou por si mesma uma revolução nas letras bascas, introduzindo-as diretamente na Modernidade. Seu prematuro desaparecimento, aos 32 anos de idade, foi uma dentre as muitas perdas que a literatura basca demoraria a superar.


O poema que selecionei, “A um trabalhador assassinado” (Langille eraildu bati), trata de um dos temas que estavam na pauta original da Guerra Civil: a justiça social nas relações trabalhistas e o uso do aparato estatal para reprimir a classe trabalhadora.


Trasladando esse tema para meu tempo e lugar, a fronteira Brasil–Paraguai neste final da primeira década do séc. XXI, constato que permanece na pauta do dia o uso da força policial para reprimir trabalhadores que não têm outra perspectiva – a menos que se considere a criminalidade uma perspectiva – senão viverem na informalidade.


Diariamente são apreendidos na fronteira grandes volumes de mercadorias que seriam revendidas a preço baixo em diferentes pontos do território brasileiro. Mercadorias como brinquedos, eletrônicos e quinquilharias, responsáveis por colocar o pão na mesa de inúmeras famílias.


Em meu poema “De um trabalhador confiscado na Ponte da Amizade” procuro dar voz a um desses trabalhadores que vivem na fronteira de si mesmos.


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Este vídeo-poema também está no YouTube.



20 de abril de 2009

Política pública y literatura en Brasil

Foi publicado um artigo meu em espanhol, "Política pública y literatura en Brasil", na revista Tela de Rayón, de Puerto Madryn, Argentina. Recebi recentemente os exemplares enviados por minha amiga Sylvia Iglesias.


19 de abril de 2009

Resenha na Folha de S. Paulo

Folha de S. Paulo
Caderno Ilustrada
São Paulo, sábado, 18 de abril de 2009


RODAPÉ LITERÁRIO

A esfera infinita da poesia

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Nova coleção reúne diversas tradições

poéticas das regiões espanholas, dos
versos galegos aos bascos
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MANUEL DA COSTA PINTO

COLUNISTA DA FOLHA

TENDO EM comum o subtítulo "Das Origens à Guerra Civil", os quatro volumes sobre a "poesia de Espanha" organizados por Fábio Aristimunho Vargas são um notável trabalho de síntese: apresenta tradições literárias derivadas de vertentes linguísticas distintas -castelhana, catalã, galega, basca- e acaba demonstrando como o idioma da poesia constitui um país sobreposto ao território (mesmo quando incorpora suas tensões).

Pode-se dizer que a Espanha, como unidade política, é uma metonímia do mundo globalizado: compreende vários países dentro de sua extensão geográfica, possui uma metrópole hegemônica (Madri), que entretanto não cancela outros polos -um pouco como a esfera infinita de Pascal, "cujo centro está em toda parte e a circunferência em parte nenhuma".

E se alguns desses centros conquistaram o estatuto de comunidades autônomas por pressão do violento nacionalismo basco ou do separatismo cultural catalão, a literatura -cuja nacionalidade é a língua- não pode prescindir do comércio com outros domínios. O maior exemplo está no volume "Poesia Espanhola", em que Vargas indica como Garcilaso de la Vega foi influenciado pelo valenciano Ausiàs March, que aparece em "Poesia Catalã". E há ainda, em "Poesia Galega", um dos poemas nesse idioma feitos por Federico García Lorca (cuja obra foi escrita essencialmente em castelhano).

As apresentações dos volumes são breves e esclarecedoras, indicando peculiaridades histórico-culturais; as traduções trazem, ao final, o poema na língua de origem; e os apêndices incluem, além da biografia dos escritores, quadros que colocam essas literaturas em paralelismo cronológico e ortográfico.

Dito isso, é digno de nota que as intempéries políticas -que se estenderam para além da Guerra Civil vencida pelo "generalíssimo" Francisco Franco em 1939- muitas vezes congelaram as tradições poéticas dos territórios submetidos. Enquanto a Espanha vivia seus "Séculos de Ouro" (renascimento e barroco), com Garcilaso, Góngora, Quevedo e Calderón de la Barca, a Galícia entrava nos "Séculos Escuros" de uma produção literária "praticamente nula", segundo Vargas.

E, no caso basco, alguns poemas parecem confinados a temas como a celebração da paisagem e a luta pela independência. Mesmo aqui, há momentos de impacto, como no verso que abre "Contrapasso", de Bernat Etxepare: "Euskara,/ mostra a tua cara", que o leitor certamente vai associar à música de Cazuza ("Brasil, mostra a tua cara") -e que prova como o tradutor soube recriar poemas que sobrevivem a seu contexto original graças à língua basca (euskara) e não à utopia regressiva da "nação basca" (Euskal Herria).

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POESIA ESPANHOLA / POESIA CATALÃ / POESIA GALEGA / POESIA BASCA: DAS ORIGENS À GUERRA CIVIL
Autor: vários
Tradução: Fábio Aristimunho Vargas
Editora: Hedra
Quanto: R$ 15 (cada volume de 160 págs. em média)
Avaliação: ótimo


Fonte: site da Folha de São Paulo.


16 de abril de 2009

Poesias de Espanha na rádio

Entrevistas que concedi a rádios como organizador e tradutor da Coleção Poesias de Espanha: das origens à Guerra Civil, por ocasião do lançamento dos quatro volumes da coleção: Poesia galega, Poesia espanhola, Poesia catalã e Poesia basca (São Paulo: Hedra, 2009).

CBN – A rádio que toca notícia
Entrevista concedida à jornalista Simone Bagno, da Rádio CBN de São Paulo, programa CBN Noite Total, Boletim Tempo de Letras, que foi ao ar no dia 02/04/09, às 23h.
Fonte: site da CBN.

BLOG TEMPO DE LETRAS
Excerto que não foi ao ar da entrevista concedida à jornalista Simone Bagno, da Rádio CBN de São Paulo. Postado no blog institucional do programa em 02/04/09.

Fonte: Blog Tempo de Letras.

RÁDIO ELDORADO FM
Entrevista concedida à jornalista Vanessa di Sevo, da Rádio Eldorado FM de São Paulo, que foi ao ar no dia 1º/04/09, às 15h30. Chamada: “Mundo lembra os 70 anos do fim da Guerra Civil Espanhola”.
Fonte: site Território Eldorado.

RÁDIO CULTURA BRASIL
Entrevista concedida à escritora e apresentadora Andréa Catrópa, da Rádio Cultura Brasil, programa Ondas Literárias, que foi ao ar no dia 28/03/09, às 10h30.

Fontes: site da Rádio Cultura Brasil e blogue Ondas Literárias.

9 de abril de 2009

Fotos do lançamento

Fotos do lançamento da Coleção Poesias de Espanha: das origens à Guerra Civil, realizado na Casa das Rosas, em São Paulo, no dia 03 de abril de 2009. O lançamento foi tudo de bom! Pra quem não se lembra, neste mês de abril de 2009 são lembrados os 70 anos do fim da Guerra Civil Espanhola.

Os livros da noite, de cima pra baixo: Poesia catalã, Poesia galega, Poesia basca e Poesia espanhola (São Paulo: Hedra, 2009).
"Minha obra deixe, quem não está triste,
ou triste alguma vez não haja estado"...
(Ausiàs March)

Debate "O impacto da Guerra Civil nas literaturas galega, espanhola, catalã e basca", com Paulo Ferraz, Fábio Aristimunho Vargas, Estebe Ormazabal e Miguel Afonso Linhares.
"Escuta, Espanha, a voz de um filho
que fala em língua não castelhana"
(Joan Maragall)


Casa cheia!
"branca, louçã, cortês, polida e lhana,
casa de humildes dons, castos amores"
(Teodor Llorente)

Intervalo entre o debate e o recital.
"Os prazeres e os dulçores
desta vida trabalhada"
(Jorge Manrique)


Eu, tia Marli e minha prima Bárbara.
"Meu coração transborda de alegria,
e dos de casa já escuto a voz"
(Jean Baptiste Elizanburu)

Autógrafo com Felipe Oliva.
"nem eu tenho mais que dar-te
nem tens mais que me pedir"
(Rosalía de Castro)

Ana Rüsche fazendo as vezes de mucama.
"Livre-me Deus desta carga
mais que o aço árdua de suster,
que morro por não morrer"
(Santa Teresa de Ávila)


Alfredo Fressia, Dirceu Villa e Ana Rüsche.
"Como dize Aristótiles, cosa es verdadera,
el mundo por dos cosas trabaja: la primera..."
(Juan Ruiz, Arcipreste de Hita)


Sarau quinquelíngue: Miguel Afonso Linhares e Andréa Catrópa na leitura do galego.
"Ai desperta, adorada Galiza,
desse sono em que estás debruçada"
(Francisco Añón)


Sarau: Estebe Ormazabal e Paulo Ferraz na leitura do basco.
"Muitos gostam dos bascos
sem sua língua falar,
e agora ao euskara
poderão comprovar"
(Bernat Etxepare)


Baladas antigas.
"Mas agora pague o mico"
(anònim, segle XIX)

Pós-lançamento de sempre...
..."que dois copos depois, o terceiro é um dever"!
(Salvat Monho)

Tércio Redondo, Ruy e Marisa Proença.
"Era mais de meia-noite,
contam as velhas histórias"...
(José de Espronceda)


"Mas tenho sede! Passem-me a garrafa!"
(Betiri Olhondo)

Padrinhos, madrinhas e afilhados: Ju, Claudia, Marco Antonio, Melissa e eu.
..."rodeados de amigos,
que o prazer nos recordam"...
(Eduardo Pondal)


Eu e a Ju, que me apoiou - e aguentou! - nesses dois anos de Poesias de Espanha.
"De quantas coisas que no mundo estão,
não vejo eu bem quais podem semelhar"
(Paio Gomez Charinho)